Ler, Rir e Desencanar


"Beber, Jogar e Foder" é um romance que passa uma mensagem: divirta-se na leitura.
Foto: Divulgação.




Eu já disse que vou escrever um livro (que tentarei vender os direitos para o cinema) intitulado "Livro de Não Auto-Ajuda"? Não? Pois é, eu farei isso pra ganhar dinheiro - ou você acha que os livros de auto-ajuda realmente servem para ajudar os leitores?

Começo falando (mal) dessa "literatura" para ilustrar a minha crítica do livro “Beber, Jogar e F@#er” (“Drink, Play and F@#k), de Andrew Gottlieb, que acabo de ler.

Não que ele tenha muita semelhança com esse "tipo" de obra (se é que dá pra chamar isso de obra), mas o título do livro de Gottlieb foi inspirado em um membro dessa "espécie".

Estou falando de “Comer, Rezar e Amar”, da autora Elizabeth Gilbert, mega sucesso de vendas no mundo todo. Sem comparações, até porque, ao contrário de "Comer..", a obra de Andrew Gottlieb não é uma autobiografia (com ou sem hífen?) e sim um romance (procure o primeiro significado dessa palavra no dicionário) com personagens fictícios.

É como se fosse uma espécie de “resposta” - com muito sarcasmo e humor - ao livro de memórias de Gilbert. Tipo a versão masculina dos fatos (talvez o livro que o marido abandonado de Elizabeth gostaria de escrever após o sucesso da ex?)

“Beber, Jogar e F@#er” traz a história de Bob Sullivan um executivo de sucesso que não tem um casamento bom (clichê!). Relacionamento ruim termina em quê, senhoras e senhores? Traição!

Arruinado (mas com dinheiro no bolso, óbvio) Bob resolve “despirocar” e fazer - em um ano - tudo aquilo que deixou de experimentar ao se casar .

Para isso, o executivo escolhe três destinos: Irlanda, Las Vegas e Tailândia. Na Irlanda (o país onde beber em doses "cavalares" é prazer - e não vício), ele acaba por conhecer todas (ou quase todas) as espécies de drinques e bares disponíveis (que não tocam U2, pasmem!).

Depois, ele vai para Las Vegas jogar, faturar (e perder tudo pra gente rir) nos famosos cassinos da cidade. Lá, ele acaba conhecendo o que chama de “guru” (momento que o autor dá uma alfinetada nos livros de auto-ajuda).

Na parte final do romance o protagonista vai à Tailândia em busca dos “prazeres da carne” (e eu não estou falando de rodízio...) e experimenta coisas que quase todo homem sonha.

Mas, se você é um pervertido, desencane, esse trecho de “Beber, Jogar e F@#er” não dá dicas sexuais (procure o Kama Sutra para tais fins...), mas traz um relato sem compromisso e engraçado, fazendo com que o leitor se identifique com Bob Sullivan.

Claro que nem tudo é perfeito e a obra de Gottlieb (que vai virar filme!) “cai” na armadilha "auto-ajudística" (existe essa expressão?) ao tentar dar uma “liçãozinha” de moral. Mas nada que comprometa (muito) a leitura.

Portanto, relaxe ao ler “Beber, Jogar e F@#er”. O livro não vai mudar a sua vida, mas, com certeza, fará você dar boas risadas.


Beber, Jogar e F@#er”
Editora Planeta
Preço: R$ 39,90 (em média).
Cotação do blog: Bom.